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Mais que um jogo!

«If you play on possession, you don’t have to defend, because there is only one ball» - Johan Cruyff

Mais que um jogo!

«If you play on possession, you don’t have to defend, because there is only one ball» - Johan Cruyff

Bernardo Silva, explica-nos qual é a tua melhor qualidade

por Henry, em 29.06.15

Qual é a tua melhor qualidade enquanto jogador, Bernardo? Explica-nos. É o teu drible? É a tua finta? É a forma como conduzes a bola em que parece que ela não sai dos pés?

 

Se este menino tivesse alguém que lhe fizesse dar o salto para onde devia aos 18 anos...

A jogar no Benfica B, na 2ª liga, no seu primeiro ano de sénior para ele já tudo era muito fácil. O contexto apresentado em campo não era complexo para o seu desenvolvimento e esteve uma temporada a competir sem praticamente estímulos nenhuns, com equipas e jogadores mais fracos para aquilo que ele precisava. E naturalmente logo no seu primeiro ano de sénior foi considerado o melhor jogador da Liga, uma liga que era pouco para aquilo que ele sabia fazer.

 

Sem também ser opção no Benfica na sua segunda época de sénior, decidiu abandonar o clube, e de forma acertada, para o seu bem profissional. Era inevitável a saída para a sua evolução enquanto jogador. Mais uma época a competir no Benfica B era continuar a estagnar um prodígio, continuar a impedir o seu desenvolvimento.

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É então que se encontra no Mónaco, a competir na Liga dos Campeões, com os melhores do mundo. A competir no campeonato francês, com alguns dos melhores da europa. A competir a um nível que lhe condiz. A fasquia subiu tanto que agora no Campeonato da Europa de sub-21 o Bernardo Silva parece que tem uns 3 anos a mais em relação a muitos outros. O seu desenvolvimento foi grande, e salta à vista de todos a sua capacidade para fazer o que quer no meio daqueles miúdos.

 

É isto que vai fomentar o crescimento de um jovem jogador: os desafios difíceis. É preciso novos estímulos para eles crescerem e evoluirem. É preciso não colocar barreiras a esse crescimento ao colocá-los em equipas onde competem em campeonatos onde não existe dificuldades para esses jogadores. É necessário colocá-los no escalão seguinte, quando estes já são demasiado bons para o próprio escalão. Só assim vão ter dificuldades em campo, só assim vão procurar novas soluções, para novos problemas que antes não existiam, para dificuldades que no seu escalão não tinham. 

O Bernardo Silva antes de se tornar sénior já devia estar a treinar e a jogar com os séniores. É só pegar em exemplos como Gotze, Sterling, Markovic, Messi... Quantos jogos na equipa principal já estes tinham com 19 anos? E o Bernardo no Benfica? Nem um!

Carlo, imprudente é pôr o Sérgio Ramos em campo...

por Henry, em 08.05.15

 

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 ... isso é que é imprudente. 

José Mourinho: do passado ao presente

por Henry, em 28.04.15

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Curioso ver aquilo que Mourinho pensou sobre o jogo no início da sua promissora carreira e aquilo que pensa agora.

 

2015: «O Barcelona jogava um futebol bonito todas as semanas. Quando é que atingiram o ponto mais alto? Foi quando o Real Madrid se sagrou campeão? O que é o jogo bonito?»

Há alguns anos atrás: «O desenvolvimento da filosofia futebolística de um clube deve basear-se em 3 principios fundamentais: conseguir o maior número possível de títulos com um futebol atractivo e com o maior número de jogadores jovens e comunitários» 

 

2015: «Pergunto-me se, no futuro, quando for avô e estiver em casa com os meus netos, o futebol se vai resumir a um belo relvado sem golos. E que nesse relvado a equipa com mais posse de bola vença o jogo. Porque ouço muita gente dizer `sim, a minha equipa joga muito bem, tem muita posse de bola… Parece que os golos já não contam» - 2015

Há alguns anos atrás: «Quero alcançar melhores resultados com um futebol mais alegre. Para mim, a beleza no futebol passa sobretudo por ter o controlo do jogo através da posse de bola, dos ritmos de jogo, trocas de passe e os jogadores criativos terem preponderância dentro do colectivo»

 

2015: «Para mim, jogo bonito é saber exatamente o que fazer em campo. Contra o Arsenal fomos brilhantes do primeiro ao último minuto».

Há alguns anos atrás: «O objectivo mais importante é marcar (muitos) golos, criar (muitas) oportunidades para marcar, usar o espaço e o tempo em relação com os companheiros e oponentes, ter a posse de bola o maior tempo possível» [Goal attempts - Arsenal: 12 / Chelsea: 6 ~ via flashscores]

Ainda Henry...

por Henry, em 27.04.15

O futebol em terras de Sua Majestade continua a ser primitivo e nem a chegada de treinadores continentais, contra os quais se levantam já algumas vozes, argumentando que estão a descaracterizar o futebol inglês, tem sido suficiente para que esse futebol se consiga manter ao nível dos melhores da Europa. Nos quartos de final da Liga dos Campeões, há três equipas espanholas, duas francesas, uma italiana, uma alemã e uma portuguesa. Nos quartos de final da Liga Europa, há duas equipas italianas, duas ucranianas, uma russa, uma espanhola, uma alemã e uma belga. Nos quartos de final das duas provas europeias, não resta uma única equipa inglesa. Não explicando tudo, explica alguma coisa.

 

O francês, foi contratado pela Sky Sports para fazer aqueles comentários habituais sobre o pós-jogo das partidas de futebol. Mas há uma particularidade importante, o facto da Sky Sports ser emitida para o povo britânico. E é por isso mesmo que Thierry Henry tem sido muito criticado e considerado um mau analista por aqueles lados porque ele tenta falar sobre futebol, tenta falar sobre o que aprendeu durante a sua carreira e entra em colisão directa com a cultura inglesa. Henry parece que vai tendo os dias contados na Sky Sports, já o futebol por aqueles lados parece que continua igual e para ficar. 

Henry!

por Henry, em 30.03.15

 

 

Henry, fabuloso, dentro e fora de campo! Muita sorte os miúdos do Arsenal que o têm como treinador, muito de bom eles vão aprender. Porque o futebol é um jogo colectivo, onde convém tomar as melhores decisões para chegar ao golo: «Everyone's asking: should Ryan Babel scored? No, he should've PASSED to Teixeira and WE would've scored!» - Thierry Henry

A evolução do futebol no Brasil

por Henry, em 24.03.15

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«O futebol mudou bastante, está muito competitivo e não tem mais jogo fácil. Qualquer time de qualquer país dificulta, com jogo de marcação e força. Temos que entrar nesse contexto também, os times sul-americanos têm muita marcação, é isso que temos que mudar. Não jogar o tempo todo com a bola, ter também essa força, essa marcação, se conseguirmos mudar esse pensamento vamos ter melhores resultados» - Marcos Guilherme, jovem de 19 anos que joga no Atlético de Paranaense

 

Segundo Marcos Guilherme, único convocado para a selecção Olímpica da equipa de sub-20 do Brasil que foi ao Sul-Americano, supostamente o melhor, diz-nos pela sua experiência que para vencer não é preciso ter bola, mas sim força e usar marcação apertada (suponho que individual). Ao fim de uns 4/5 anos de formação que teve, foi isto que retirou da sua aprendizagem até chegar a sénior.

 

Ninguém deve ter explicado a Marcos Guilherme que ao ter a bola já está a evitar que a outra equipa marque. A ideia da força prevalecer sobre tudo o resto é das mais rudimentares que existe no futebol. A evolução do jogo caminha para se distanciar ainda mais do que se faz no Brasil, por aqueles lados parece que ficou tudo exactamente igual ao século passado.

Os melhores: Zlatan Ibrahimović

por Henry, em 21.03.15

 

 

Temporiza, fixa dois jogadores percebendo a movimentação de Lavezzi e usa a sua qualidade técnica para soltar da melhor forma no seu colega de equipa.

 

Os melhores, aqueles que se distinguem de todos os outros, são aqueles que têm uma capacidade tremenda para tomar decisões acertadas na maioria do tempo que passam em jogo. São humanos, falham. Irão sempre falhar. Mas aquilo que os torna mais valiosos que os outros é a forma como quase que não erram durante os noventa minutos.

 

Percebem o futebol, e querem dar o seu melhor ao jogo. Identificam as condições mais favoráveis para a sua equipa fazer o golo. Se precisarem de parar, esperar por uma melhor opção... Não há problema, eles páram e esperam. E nesse intervalo, quando já ficam sem tempo e espaço para pensar, não há problema porque eles já pensaram muito antes de não o haver. Se a bola não está em condições para o passe simples, eles inventam e arranjam maneira de fazerem chegar a bola onde querem. Se na bancada dizem que X é a melhor decisão, esses jogadores conseguem encontrar uma decisão ainda melhor do que a perceptível aos olhos dos adeptos.

Estes jogadores enchem-nos de futebol, de possibilidades inimagináveis, conseguem surpreender-nos jogo após jogo mesmo quando parecia que já tinhamos visto o seu melhor. 

 

Zlatan Ibrahimović é desses jogadores, desses fora-de-série que nasceu para jogar futebol. É um jogador muito valioso para qualquer equipa, um ponta-de-lança fora-de-série. Em posse, dá tudo o que a equipa precisa. Um dos melhores de sempre, daqueles que ficará imortalizado na história do jogo.

 

"Os golos não são o mais importante" - Parte II

por Henry, em 12.03.15

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Num post anterior já foi referido que o golo não é o mais importante no jogo, e hoje volto a trazer o assunto ao blog. A meu ver é tão importante o primeiro toque que dá início a uma jogada como o toque final que é dado pelo marcador do golo. Cada parte da jogada tem a sua importância para chegar ao golo e não é só por um jogador colocar a bola dentro da baliza que faz dele algo de especial. 

 

No entanto, no discurso de grande parte dos adeptos do futebol: "Os avançados servem é para marcar golos". Coisa com a qual eu não me identifico.

Um desses avançados é o Diego Costa. Não tem qualidade para um clube que quer vencer a Liga dos Campeões, para um clube que se exibe ao mais alto nível competitivo pois aí mostra as suas limitações quanto ao jogo. Quando as ocasiões de golo são criadas para ele, onde só lhe é requerido que finalize, é capaz de ter 17 golos em 21 jogos da Premier League.

No entanto, em jogos como o de ontem, quando tem que ser ele a assumir o lance, em que tem que ser ele a interpretá-lo e a decidi-lo da melhor forma, ele falha redondamente. Não desculpando as claras falhas em organização ofensiva do Chelsea, que devia ter dominado aquela partida, o Diego Costa voltou a brindar-nos com um desses lances em que a sua decisão afectou bastante a qualificação do Chelsea à próxima fase.

 

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Diego Costa mal recebe a bola já está a preparar-se para rematar, mesmo sabendo que ao seu lado estava Cesc. Se os papéis tivessem trocados, muito provavelmente Fábregas teria colocado Diego Costa numa situação muito vantajosa para chegar ao golo, e acabar ali com a esperança dos franceses.

 

No final do ano fará manchetes pela sua época estreia de sonho com os seus inúmeros golos, mas nestes pormenores onde ele supostamente devia fazer a diferença, não faz, porque não tem qualidade para o fazer.

 

Arbitragens

por Henry, em 08.03.15

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O colinho é tendência em Portugal. Os clubes, e seus adeptos, que se encontram em 2º e 3º lugar a lutar pelo título, geralmente costumam entrar pelo caminho das arbitragens para justificar o seu insucesso. Eu nem falei em nomes de clubes, porque não vale a pena. Se daqui a um ano o Benfica estiver em 2º lugar, os benfiquistas vão encontrar 1001 erros de arbitragem para tentarem justificar aquilo que a sua equipa não produziu em campo. 

A minha posição sobre este tema é clara e vai totalmente de encontro ao que Vítor Baía, um ex-jogador e adepto do FC Porto, fala sobre o campeonato: 

 

«A classe da arbitragem precisa de paz e que lhe transmitam alguma confiança, porque no deve e no haver todos serão beneficiados e prejudicados. Não é por isso que A, B ou C serão campeões. Esses serão aqueles que tiverem a melhor equipa, os melhores treinadores, aqueles que ao longo da época são os mais regulares. Sempre foi assim e sempre será. Os árbitros são sempre a desculpa para o insucesso da gestão, para o insucesso daqueles que não conseguiram ter uma boa equipa nem o melhor treinador»

 

Já os adeptos que alimentam todo o tipo de conspirações, para justificar o insucesso das suas equipas, até uma barreira que possivelmente não se encontra à distância mínima permitida vale para justificar o que está a "ser" o campeonato.

 

 

"Os golos não são o mais importante"

por waxa, em 05.03.15

De facto no futebol o objetivo é colocar a bola dentro das balizas adversárias, mas não é certamente o aspecto mais importante num jogo de Futebol.

"Sem golos não há vitórias!", correcto, e sem dinâmicas de jogo, há golos?

Aproveitando o post, e o vídeo presente nesse mesmo post do blog Lateral Esquerdo deixo um exercício bastante interessante. Por redução ao absurdo imaginem que todas as invenções de Ricardo Quaresma acabavam em golo ou em assistência, era por isso que as decisões que ele tomou eram correctas?! Não. E explica bem no vídeo o porquê.

Aproveitando as palavras também, "...que Quaresma não teve sucesso. Ele não o teve, porque não joga nada. Uma batata pensa mais no jogo do que ele."

 

Pep não necessitou de lateralizar o jogo ou de procurar rapidamente o golo para ganhar a Liga dos Campeões em 2011 porque é certo que com boas dinâmicas de jogo os golos aparecem, e o contrário já não se pode dizer. Não é ao acaso que nesse ano o Barcelona cilindrou todas as equipas na Liga dos Campeões.

"Mas eu gosto de ver a minha equipa a marcar golos!", parabéns, eu gosto que ela jogue bem independentemente dos golos.

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